Todo o tempo é de poesia
Todo o tempo é de poesia
Desde a névoa da manhã
à névoa do outro dia.
Desde a quentura do ventre
à frigidez da agonia.
Todo o tempo é de poesia.
Entre bombas que deflagram
Corolas que se desdobram
Corpos que em sangue soçobram
Vidas que a amar se consagram.
Sob a cúpula sombria
das mãos que pedem vingança.
Sob o arco da aliança
Da celeste alegoria
Todo o tempo é de poesia.
Desde a arrumação do caos
à confusão da harmonia.
Desde a névoa da manhã
à névoa do outro dia.
Desde a quentura do ventre
à frigidez da agonia.
Todo o tempo é de poesia.
Entre bombas que deflagram
Corolas que se desdobram
Corpos que em sangue soçobram
Vidas que a amar se consagram.
Sob a cúpula sombria
das mãos que pedem vingança.
Sob o arco da aliança
Da celeste alegoria
Todo o tempo é de poesia.
Desde a arrumação do caos
à confusão da harmonia.
António Gedeão, Poesias Completas
Poema escolhido por
Daniela Rebelo
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